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Venezuela não é ditadura nem democracia liberal, diz pesquisadora

Professora da UFRJ, Carla Ferreira fezbetboo paga mesmotesebetboo paga mesmodoutorado sobre a classe trabalhadora da Venezuela, tendo visitado o país seis vezes entre 2002 e 2013

Nicolás Maduro (Foto: REUTERS/Marco Bello)

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Por Lucas Pordeus León, repórter da Agência Brasil - A Venezuela não é uma ditadura, mas um sistema político diferente das democracias liberais representativas que servembetboo paga mesmomodelo para o Ocidente. Essa é a avaliação da professora Carla Ferreira, do departamentobetboo paga mesmoServiço Social da Universidade Federal do Riobetboo paga mesmoJaneiro (UFRJ), que fezbetboo paga mesmotesebetboo paga mesmodoutorado sobre a classe trabalhadora no processo bolivariano da Venezuela, tendo visitado o país seis vezes entre 2002 e 2013, quando pode conversar com lideranças chavistas, do governo ebetboo paga mesmomovimentos populares.

Além disso, afirma que a extrema-direita do país é mais violenta que a brasileira e que a dinâmicabetboo paga mesmopolarização interna ebetboo paga mesmointerferênciabetboo paga mesmopotências estrangeiras - principalmente dos Estados Unidos - promoveu uma centralizaçãobetboo paga mesmopoder e burocratização do governo.

Carla Ferreira fala ainda sobre o papel dos militares e vê com extrema preocupação o reconhecimento pelos EUAbetboo paga mesmouma suposta vitória do candidato opositor Edmundo Gonzalez, o que mostraria “uma predisposição por intervir na Venezuela” com riscobetboo paga mesmodesestabilizaçãobetboo paga mesmotoda a América Latina.

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>> Confira a entrevista abaixo:

Agência Brasil: Quais as raízes da polarização política na Venezuela?

Carla Ferreira: A origem deste conflito é o colapso do capitalismo petroleiro rentista venezuelano iniciado nos anos 70. Essa crise foi muito profunda e provocou graves repercussões sociais, como a insurreição popular ocorridabetboo paga mesmo1989, que foi chamadabetboo paga mesmoSacudón ou Caracazo.

 Agência Brasil: E por que esses conflitos não são resolvidos, digamos,betboo paga mesmoforma pacífica? Afinal, há a tentativabetboo paga mesmogolpebetboo paga mesmo2002, o lockout petroleirobetboo paga mesmo2002 e 2003, alémbetboo paga mesmovárias insurreições, como asbetboo paga mesmo2014 e 2017.

Carla Ferreira: É preciso recordar que os métodos da extrema-direita são similaresbetboo paga mesmotodo o mundo. Aqui no Brasil conhecemos o bolsonarismo. É muito similar na Venezuela. O que difere lá é a escala bastante mais acentuada da violência política há maisbetboo paga mesmo20 anos, e o efeito deste ataque permanente sobre a estrutura governamental, que vai se centralizando.

Ou seja, são maisbetboo paga mesmo20 anosbetboo paga mesmointensa violência política provocada pela ultradireita na Venezuela, com o usobetboo paga mesmofake news, denúncias fraudadas, tentativasbetboo paga mesmogolpebetboo paga mesmoEstado, questionamento sistemático do sistema eleitoral, sem falar no bloqueio econômico promovido pelas administrações estadunidenses com apoio da União Europeia.

Por outro lado, a cultura política venezuelana é diversa da nossa. Historicamente, a questão da soberania nacional é um anseio muito enraizado nas classes populares venezuelanas. É uma cultura política que viu acender um movimento popularbetboo paga mesmomassas como ainda não vimos no Brasil.

O governo vem enfrentando essa situaçãobetboo paga mesmoviolência política com uma espéciebetboo paga mesmodemocracia plebiscitária, com eleições ou plebiscitosbetboo paga mesmo1999, 2000, 2004, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2012, entre outrasbetboo paga mesmolá pra cá, como uma formabetboo paga mesmoreafirmarbetboo paga mesmolegitimidade permanentemente.

Porém, esse recurso dos referendos não é suficiente frente à violência política agravada pelas sanções econômicas severíssimas que afetam a Venezuela desde 2014 e que explicabetboo paga mesmoparte a emigração massivabetboo paga mesmocercabetboo paga mesmo25% da população devido à piora nas condiçõesbetboo paga mesmovida desde então. 

É preciso lembrar as conquistas sociais do período Chávez, como redução do desemprego, que erabetboo paga mesmo18%betboo paga mesmo2003 e caiu para 6%betboo paga mesmo2012, reduçãobetboo paga mesmo50% na distância entre os salários mais altos e mais baixos, fim do analfabetismo, declarado pela Unesco. Em 2010, a Venezuela foi reconhecida pela FAO [Agência da ONU para Alimentação] como um dos dez países com o melhor nívelbetboo paga mesmoalimentação no mundo.

Ou seja, o processo bolivariano da Venezuela apresentou melhoras significativas na condiçãobetboo paga mesmovida da população venezuelana. E o apoio popular ao governo advinha disso. Por isso, é preciso que a análise não se restrinja entre simpatizar ou não com o presidente Nicolás Maduro. É um processo social mais amplo, que envolve a sociedade, as classes sociais, não é algo que possa ser personalizadobetboo paga mesmouma única pessoa.

Eu prefiro o poder civil, mas,betboo paga mesmofato, nos estados dependentes, as Forças Armadas têm exercido um poder políticobetboo paga mesmofato e isso importa na análise da situação, se essas Forças Armadas estão alinhadas a interesses estrangeiros ou a interesses soberanos nacionais.

Temos ainda o movimento popular e eu penso que, entre os setores da esquerda mais tradicionais da Venezuela, há desconforto porque gostariambetboo paga mesmoter visto, nos últimos anos, um avançobetboo paga mesmonovos instrumentosbetboo paga mesmodemocracia direta.

As tendências centralizadoras do governo venezuelano têm sido acompanhadasbetboo paga mesmomuitos equívocosbetboo paga mesmopolítica econômica, é verdade. E a burocracia estatal tende a se cristalizarbetboo paga mesmoposiçõesbetboo paga mesmopoder, o que é uma tendênciabetboo paga mesmosituaçõesbetboo paga mesmoalta polarização, ao mesmo tempobetboo paga mesmoque são lenientes com ilegalidadesbetboo paga mesmoambos os lados do conflito. 

Agência Brasil: A Venezuela é uma ditadura?

Carla Ferreira: A Venezuela não é uma ditadura, mas a Venezuela também não é uma democracia liberal, que servebetboo paga mesmoparâmetrobetboo paga mesmotodas as coisas no mundo ocidental.

A Venezuela viveu um ascenso revolucionário nos anos 80 e 90, construiu uma alternativa política visando uma transição para um outro modobetboo paga mesmoprodução, porém não efetivou todos os elementosbetboo paga mesmouma revolução política, a exemplo do que aconteceubetboo paga mesmoCuba. A Venezuela fica numa situaçãobetboo paga mesmoque o velho não terminabetboo paga mesmomorrer e o novo não terminabetboo paga mesmonascer.

É uma situação diferenciada, com muita participação popular combinada com centralização do poder políticobetboo paga mesmouma burocracia estatal. Um regime que corresponde a enfrentamentosbetboo paga mesmoalta intensidade. As tendências burocráticas são esperadasbetboo paga mesmosituações nas quais os quadros políticos mais experientes tendem a concentrar poder para que não haja maiores retrocessos. Isso pode ser verificado historicamentebetboo paga mesmodiversos processos.

Que Netanyahu não seja considerado um ditador me surpreende e que tão facilmente se impute a pechabetboo paga mesmoditadura ao governo venezuelano também me surpreende. É uma profunda incompreensão do esforço social que o povo venezuelano vem fazendo por sair do regime neoliberal que impõe um empobrecimento radical da população. 

Todas as forças internas e externas que se beneficiam do neoliberalismo e que são as forças hegemônicasbetboo paga mesmoescala mundial, o sistema financeiro internacional e as grandes corporações, apoiados pelos grandes Estados imperialistas, sabotam o tempo inteiro esse processo. A verdade é essa.

Como eles não permitem o desenvolvimento do processo bolivariano, vai havendo um endurecimento do regime. Isso é verdade, mas que seja uma ditadura não. Porque todo o governo está legitimado por eleições limpas e livres até o momento, até a última eleição pelo menos.

Agência Brasil: Qual é avaliação desse último processo eleitoral?

Carla Ferreira: Não fico confortávelbetboo paga mesmojulgar o processo eleitoral venezuelano sem que haja uma apresentação dos boletins. Prefiro aguardar. Recomendo que, no Brasil, os intelectuais tenham cautela nas suas avaliações porque não se trata apenasbetboo paga mesmoum processo eleitoral, se tratabetboo paga mesmodiferenciar o regime que hoje vive a Venezuela, que é um regime diferenciado.

É uma situação complexa, agravada ao longo dos anos,betboo paga mesmoque o melhor a fazer é respeitar a autodeterminação do povo venezuelano. Não havia - até este momento - razões para suspeitar do sistema eleitoral venezuelano. Porém, a tentativabetboo paga mesmoinvalidá-lo é uma constante nos últimos 20 anos.

Agência Brasil: Quais lições o processo bolivariano e a polarização política na Venezuela podem dar ao Brasil que, nos últimos anos, parece viver uma intensificação da polarização política?

Carla Ferreira: O processo bolivariano ensina sobre a necessidadebetboo paga mesmoreformas profundas nas instituições do Estado para deter o avançobetboo paga mesmotendênciasbetboo paga mesmoextrema-direita,betboo paga mesmocaráter neofascista, que são extremamente perigosas e que se apresentam como falsas alternativas à crise do neoliberalismo na América Latina.

Acho que nós estamos convocados pelo processo venezuelano a examinar com cuidado o que nós estamos vivendo no Brasilbetboo paga mesmorelação à impunidadebetboo paga mesmoforças que são golpistas, que praticam a mentira e violência como meio para atingir seus objetivos. A Venezuela é um alerta contundentebetboo paga mesmorelação a isso.

A Venezuela é ainda um exemplobetboo paga mesmopolítica externa independente que nós deveríamos nos espelhar. O Brasil tem condiçõesbetboo paga mesmofazer isso, como o presidente Lula vem demonstrandobetboo paga mesmorelação à Gaza e à Guerra na Ucrânia, por exemplo. Isso é fundamental para que o Brasil possa contribuir para que os evidentes planosbetboo paga mesmodesestabilização da Venezuela não se efetivem.

O reconhecimentobetboo paga mesmoAntony Blinken [secretáriobetboo paga mesmoEstado dos Estados Unidos] ao candidato da oposição, Edmundo González, mostra uma predisposição por intervir da Venezuela.

Nós chegamos numa situação limite, numa encruzilhada,betboo paga mesmoum projeto que tenta romper com o neoliberalismo e enfrenta dificuldades extraordinárias. Não sei se o resultado eleitoral deu ou não a vitória ao presidente Nicolás Maduro, porque não foram apresentados os boletins.

O que eu sei é que a Venezuela corre o riscobetboo paga mesmouma maior intervenção ebetboo paga mesmoser desencadeado um processo violento e desestabilizadorbetboo paga mesmonosso Hemisfério. Então, eu conto com a sabedoria do Itamaraty para que nós possamos, junto com o México e com a Colômbia, buscar uma solução negociada para a situação venezuelana que é extremamente crítica.

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