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Jean Marc Von Der Weid

Ex-presidente da UNE (1969-71). Fundador da organização não governamental Agricultura Familiar e Agroecologia (ASTA).

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Lula e os militares – concessões necessárias ou erros estratégicos?

A lógica conciliadorapixbet gratisLula tem como base o princípiopixbet gratisbuscar a pacificação, mas é preciso pensar se isto funciona

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e militares (Foto: Ricardo Stuckert | ABR)

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1.

A polêmica posição do presidente sobre as rememorações do golpepixbet gratis1964 tem que ser discutida a partirpixbet gratisuma visão mais abrangente das relações do governo com o estamento militar.

Muito já foi dito e escrito sobre a conveniência ou a necessidadepixbet gratisse “remoer o passado”. Por um lado, assistimos a inúmeros e justos protestospixbet gratisex-presos políticos, parentespixbet gratismilitantes “desaparecidos” ou os abertamente assassinados nos porões do regime militar, assim comopixbet gratisdezenaspixbet gratisorganizações que pregam a necessidadepixbet gratisuma justiçapixbet gratistransição, com a revisão da leipixbet gratisanistia (no que tange apixbet gratisaplicação aos torturadores e assassinos) e a retomada da comissãopixbet gratismortos e desaparecidos.

Por outro lado, vemos o governo “esquecendo” por maispixbet gratisum anopixbet gratisuma gaveta do ministro da Casa Civil o decreto que nomearia a Comissão dos Mortos e Desaparecidos, proposta pelo ministro Silvio Almeida. E vemos a ordempixbet gratissilêncio dada por Lula aos entes governamentais para a rememoração do golpepixbet gratis64.

2.

A posiçãopixbet gratisLula faz partepixbet gratisuma atitude que não é nova. Desde os seus primeiros governos ele adotou uma posturapixbet gratisevitar “provocar os quartéis”. Ordens do dia dos comandantes militares nomeados por ele repetiram, ano após ano, loas ao “movimento democrático” dos militares, execrável pretexto da quartelada que traumatizou o país por 21 anos e que deixou raízes daninhas até hoje. Sem uma palavra crítica do presidente. Lula também evitou interferir nos programaspixbet gratisformação dos militares ao longo desses anos, permitindo que os novos oficiais fossem doutrinados na justificativa, não só do golpe, maspixbet gratistudo que fizeram os militares ao longopixbet gratismaispixbet gratisduas décadaspixbet gratisrepressão feroz.

Finalmente, Lula nunca utilizou seu poder como chefe das Forças Armadas para promover oficiais comprovadamente, senão democratas, pelo menos voltados exclusivamente às suas atividades profissionais. Notórios agentes do golpismo não tiveram qualquer óbice nas suas promoções, todas decididas exclusivamente pela hierarquia, ela também oriunda dos tempos da ditadura.

Foi assim que, por exemplo, o capitão Augusto Heleno, participante ativopixbet gratisuma tentativapixbet gratisgolpepixbet gratis1977, do ministro do exército, general Silvio Frota, contra o presidente da época, general Ernesto Geisel, pode chegar ao posto mais alto na hierarquia militar, atravessando os governospixbet gratisJosé Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff.

Esta atitudepixbet gratispassagempixbet gratispano no golpismo vempixbet gratislonge. Enquanto isso, oficiais legalistas foram afastados ou preteridos pelos hierarcas das Forças Armadas ao longo da história. Exemplo notório, mas longepixbet gratisser único, é o do capitão Sérgio “Macaco”, que se recusoupixbet gratis1968 a utilizar o seu comando no PARASAR, do ministério da Aeronáutica, para sequestrar e lançar ao mar “inimigos do regime”.

Tenho outro exemplo menos dramático, mas significativo. Meu tio Carlospixbet gratisMatos, brigadeiro e comandante da Zona Aéreapixbet gratisSão Paulopixbet gratis1968, censurou a participação não autorizadapixbet gratisoficiais desta arma na invasão da faculdadepixbet gratisfilosofia da USP, na rua Maria Antônia, e pagou este gesto com seu afastamento e colocaçãopixbet gratisdisponibilidade por anos, atépixbet gratispassagem prematura para a reserva.

O raciocíniopixbet gratisLula foi e é, sempre,pixbet gratiscunho político e mais centrado no presente do que no passado ou no futuro. Neste seu novo governo o presidente se viu confrontado com uma tentativapixbet gratisgolpe, antes mesmopixbet gratissua posse e outra vez logo nos primeiros dias dapixbet gratisgestão. Não se sabia, até recentemente, a amplitude destes complôs, agora revelados pelo inquérito do STF e da Polícia Federal.

Mas Lula tinha claro que as Forças Armadas estavam contaminadas pelo bolsonarismo e o tinham como um inimigo a ser abatido na primeira oportunidade. Sua opção foi a mesma dos seus governos anteriores e a nomeaçãopixbet gratisJosé Múcio Monteiro para o ministério da Defesa indicava que queria pacificar as relações. Isto não impediu que os complôs avançassem, chegando até a intentonapixbet gratis8pixbet gratisjaneiro. Lula foi desafiado pelos ministros da Marinha e do Exército, o hoje “herói da democracia” general Gomes Freire, que se recusaram a participar da trocapixbet gratiscomando sob o seu governo. Fingiu que não viu.

Em seguida o presidente engoliu a indisciplina e ameaça feita pelo comandante militar do Planalto no dia da intentona, impedindo a ação da polícia do DF que buscava prender os golpistas invasores dos palácios da Esplanada que tinham se refugiado no acampamento às portas do Quartel General do Exército. “Tenho mais tropa do que você”, disse o general, enquanto seus tanques se posicionavam defendendo os meliantes.

O ministro da Justiça, Flávio Dino e o interventor na secretariapixbet gratissegurança do DF, Ricardo Capelli, consultaram Lula e engoliram a afrontosa indisciplina. Lula só tomou uma medida como autoridade máxima neste período, ao exigir a demissão do comandante do Exército, general Arruda, quando este se recusou a revogar a nomeação do tenente coronel Mauro Cid para o comandopixbet gratisuma forçapixbet gratiscombate ultra especializada, localizada a uma hora dapixbet gratisresidência. E nomeou o hoje também “herói da democracia”, general Thomás Paiva, para substituí-lo, não por serpixbet gratismaior confiança, mas por ser o mais graduado dos candidatos natos. Parece que deu sorte e o general anda defendendo o profissionalismo na Força.

Embora tenha travado a segunda tentativapixbet gratisgolpe com a recusapixbet gratisdecretar uma GLO no Distrito Federal, pedida pelos militares através do seu representante no governo, o ministro da Defesa José Múcio Monteiro, Lula rapidamente procurou agradar as Forças Armadas com generosas dotações orçamentárias que deram aos militares mais recursos do que receberam os ministérios da Educação e da Saúde somados.

E evitou fazer a limpeza dos maispixbet gratissete mil militares contratados por Bolsonaropixbet gratisseu governo, ocupando postospixbet gratisvários ministérios. Até organismos estratégicos como Abin e o Gabinetepixbet gratisSegurança Institucional continuaram relativamente intocados, apesar das falhas ou conivências no 8pixbet gratisjaneiro.

Não cabe ao presidente fazer justiça e punir os infratores golpistas. Isto é tarefa para Xandão e para a PF (e deveria ser para a justiça militar, que hoje se fingepixbet gratismorta). Mas limpar o governo dos militares contratados por Jair Bolsonaro é, sim, uma decisão que pode (e deveria) ser tomada pelo presidente. E elaborar listaspixbet gratispromoções com base no profissionalismo versus ativismo político também está na alçadapixbet gratisLula.

3.

A lógica conciliadorapixbet gratisLula tem como base o princípiopixbet gratisbuscar a pacificação, mas é preciso pensar se isto funciona.

As nossas Forças Armadas, alémpixbet gratisviverem ainda orientadas pelas doutrinas da guerra fria e pela adesão automática aos comandos dos EUA, passaram por um períodopixbet gratisfragilização dos princípios da disciplina e da hierarquia, abaladospixbet gratiscima para baixopixbet gratistodos os escalões da oficialidade pela anarquia bolsonarista. Foram anospixbet gratismilitância nas redes sociais, com manifestações políticas, semprepixbet gratisextrema direita,pixbet gratisinúmeros oficiais.

A inteligência do governo, se é que ela existe e pode ser confiável, não teria dificuldadespixbet gratisidentificar quem se manifestoupixbet gratisseus sites, facebooks e blogs nos últimos anos. Isto permitiria plotar, senão quem são os legalistas e profissionais, pelo menos os que não se arriscarampixbet gratisbotar a cara bolsonarista e golpista à mostra. E, desde logo, manifestar-se politicamente é algo vedado a militares da ativa e uma levapixbet gratispunições disciplinares teria um efeito salutar para mostrar o rumo certo para a oficialidade. Mas o general Thomás Paiva está passando o pano no passado e cobrandopixbet gratisseus subordinados que se limitem, nas redes, a mensagens sobre futebol, o clima ou as suas atividades profissionais… a partirpixbet gratisagora.

Os golpes frustrados e denunciados, na opinião pública e na justiça, levaram o golpismo da oficialidade para a defensiva. Isto não quer dizer que não houvesse (e que continue a haver) uma enorme adesão ao bolsonarismo golpista neste estamento, mas a faltapixbet gratiscomando na implantação do golpe paralisou esta massapixbet gratispotenciais aderentes.

Não se pode achar que a passividade atual da oficialidade signifique uma segurança para o futuro. Ela está mais para uma táticapixbet gratispreservaçãopixbet gratiscargos e funções e por uma paciente esperapixbet gratisuma oportunidade. Isto já aconteceu desde o fim do regime militar e deu certo, até o desastre do governo Bolsonaro e a vacilação dos generaispixbet gratisendossar o golpe.

Com esta ameaça pairando permanentemente sobre a cabeça do presidente (e as nossas…) a melhor estratégia é essa adotada pelo presidente? Acalmar a fera com todo tipopixbet gratisconcessões faz do pitbull um doce poodle? A decisãopixbet gratisLulapixbet gratiscalar as manifestações oficiais sobre o golpepixbet gratis64 vai nesta direção. E é bem possível, senão provável, que o aniversário desta última tentativapixbet gratisgolpe, no próximo 8pixbet gratisjaneiro, encontre a mesma atitudepixbet gratis“evitar remoer” o passado.

O cálculopixbet gratisLula é centradopixbet gratisuma certeza epixbet gratisuma hipótese. A certeza é que as amplas massas não estão sensíveis a este debate do passado. Não foi por passar o pano para os militares que Lula está perdendo apoio na opinião pública, algo causado mais pela epidemiapixbet gratisdengue, pelos altos preços dos alimentos e pelas questões chamadaspixbet gratis“costumes” (maconha, aborto, …) ou do “comunismo”, estas últimas sempre atiçadas pelo bumbo evangélico e pelo bolsonarismo.

Lula não é bobo e sabia muito bem que os democrataspixbet gratisgeral e a esquerdapixbet gratisparticular iriam cairpixbet gratispau e o fizeram. Nem os mais ferrenhos defensores do presidente no PT saíram empixbet gratisdefesa, preferindo um silêncio obsequioso. Mas Lula também sabe que estes críticos não têm alternativa senão apoiá-lo, mesmo torcendo o nariz ou resmungando. Claramente, não existe alternativapixbet gratisesquerda à Lula, desde que ele puxou a greve dos metalúrgicospixbet gratisSão Bernardopixbet gratis1978.

E não vai a haver alternativa tão cedo, pelo andar da carruagem. Ou seja, Lula avaliou que apixbet gratishipótesepixbet gratisapaziguar os militares compensava receber críticas da esquerda e talvez até estas críticas o ajudassem a se demarcar junto às Forças Armadas. O cálculo político faz sentido, na lógicapixbet gratisLula.

4.

O problema não está neste último gesto, mas no conjunto da obra. É a estratégia que está errada e ela apenas mantém a espadapixbet gratisDâmocles erguida, mas não afastada. Lula avalia a quantidadepixbet gratisproblemas que tem que enfrentar no convívio difícil com um Congressopixbet gratisultradireita (e com o freio nos dentes …pixbet gratisArtur Lira), no esforçopixbet gratisretomar um desenvolvimento econômico distributivo, na crise ambiental que se agrava a cada dia e prefere não mexer no vespeiropixbet gratisintervir nas Forças Armadas.

O preço a pagar é viver sob a chantagem constantepixbet gratisum público que tem um diferencialpixbet gratisrelação aos outros: trata-sepixbet gratisgente com armas na mão e uma ideia (de direita) na cabeça. Reformar as Forças Armadas, redirecionar o seu papel na atualidade, garantir a hierarquia e a disciplina é algo difícil, mas a ocasião propiciada pela derrota do golpismo nas intentonas golpistas é única. Perdê-la por não usar a autoridadepixbet gratiscomandantepixbet gratischefe e aceitar engolir sapos cururus que corroem o seu poderpixbet gratismando é, a meu ver, um erro histórico e pode comprometer, não só o futuro do seu governo, mas o futuro do país.

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