"Eu reconheço os resultados do CNE na Venezuela"

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Por Marcos Roitman Rosenmann (La Jornada) - Quem conhece o funcionamento do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na Venezuela, o sistemaroleta p&gvotação, a recontagemroleta p&gvotos e a verificaçãoroleta p&gatas, não pode ter dúvidas sobre os resultados emitidos. Desde a Constituiçãoroleta p&g1998, o CNE tem o statusroleta p&gquinto poder do Estado, junto ao Poder Executivo, Legislativo, Judiciário e Moral. Sua atuação é fiscalizada pelos partidos políticos que participam da vida política do país. Alémroleta p&gexabruptos, é uma das instituições que gozamroleta p&gmaior prestígio internacional, tanto porroleta p>ecnologia quanto pelos mecanismos para tabular os dados. O CNE é a salvaguarda dos direitos democráticos dos cidadãos venezuelanos quando se trataroleta p&gexercer seu direito ao voto. Tão confiável quanto o francês, espanhol ou italiano. Qualquer suspeita implica suspeitar da França, Itália, Espanha, Alemanha, Holanda ou Grã-Bretanha. Muitas eleições foram realizadas na República Bolivariana da Venezuela, onde o CNE foi o garante dos resultados. Sejam regionais, parlamentares, presidenciais ou plebiscitárias, sempre agiram com rigor. Em algumas ocasiões, os partidos opositores venceram,roleta p&goutras, a coalizão governista. Mas sempre respeitaram escrupulosamente a vontade expressa nas urnas. Não éroleta p&gsurpreender que um dos juristas mais respeitados e reconhecidos internacionalmente, por seu trabalho na defesa dos direitos humanos, prêmio Nobel alternativo Joan Garcés Ramón, tenha escrito neste 29roleta p&gjulho, no X: “Em Caracas, presenciei o processo eleitoral a convite do Conselho Nacional Eleitoral. Nos centrosroleta p&gvotação e nas ruas, a tranquilidade era manifesta. O sistemaroleta p&gvotação e escrutínio é um dos mais seguros do mundo”. Nesta direção, o Centro James Carter também se manifestouroleta p&gdiversas ocasiões. Os acordosroleta p&gBarbados, assinadosroleta p&goutubroroleta p&g2023 entre o governo e a oposição, reconheciam o CNE como a autoridade eleitoral, comprometendo-se a não questionar seus resultados. Mas, comoroleta p&gcostume, uma parte da oposição, a Plataforma Unitaria Democrática, não cumpriu o acordo, traindoroleta p&gpalavra e o povo venezuelano.

Desconhecer o trabalho do Conselho Nacional Eleitoral tem sidoroleta p&gestratégia recorrente. Não há eleições desde a vitóriaroleta p&gHugo Chávez Fríasroleta p&g1998roleta p&gque a oposição não acuse o CNEroleta p&gfraude, questionando os resultados. Uma lógica que tem mais repercussão a nível internacional do que na própria Venezuela. Trata-seroleta p&gcriar uma imagem distorcida, sob o falso argumentoroleta p&gser um país submetido a uma cruel tirania. Mas a realidade é bem outra. Cabe perguntar: que tirania é essa onde os candidatos opositores se movem livremente pelo país, controlam a televisão a cabo, fazem uso indiscriminado das redes sociais eroleta p&gseus discursos pedem intervenção estrangeira, incentivam um golperoleta p&gEstado, chamam as forças armadas a romper a ordem constitucional e se vangloriamroleta p>er amigos poderosos que os financiam e apoiamroleta p&gsuas demandas? Isso é liberdaderoleta p&gexpressão e imprensa, algo que o Chile, por exemplo, não possui.

As declaraçõesroleta p&gMaría Corina Machado, dando vitória ao seu candidato Edmundo González, são um reflexo das emitidas após as eleições presidenciaisroleta p&g2013, nas quais Henrique Capriles e Nicolás Maduro, entre outros, se enfrentaram. No entanto, Capriles, apesarroleta p>er assinado que aceitaria os resultados, envenenou o processo, declarando-se vencedor. Nesse contexto, pediu a recontagemroleta p>odos os votos emitidos, exigiu transparência, impugnou e solicitou uma nova convocação. O CNE, como a oposição sabia, não tinha competência para realizar tal pedido, mas as leis foram mudadas. A recontagem foi realizada contabilizando todos os votos emitidos. Certamente, ocorrerá o mesmo nesta ocasião. Essa tem sido a norma. Mas qual foi o resultado desse pedido? Em 11roleta p&gjunho, o CNE emitiu suas conclusões: Nicolás Maduro Moro havia vencido, sem encontrar provasroleta p&gmanipulação, destacando que o índiceroleta p&gdesvio foi irrelevante, situando-seroleta p&gum irrisório 0,02 por cento. No entanto, Capriles insistiu, iniciando uma campanharoleta p&gódio cujo objetivo era tomar as ruas, declarar-seroleta p&grebeldia, convocar a desobediência civil; no horizonte, desconhecer a legitimidade do governoroleta p&gNicolás Maduro e aumentar o nívelroleta p&gviolência, para tornar o governo insustentável. Eufemisticamente, esse plano foi chamadoroleta p&gLa Salida. Embora tenha fracassado, resultou na morteroleta p&gcentenasroleta p&gvenezuelanos simpatizantes do governo. Ali ganharam relevância os bloqueiosroleta p&gestradas, barricadas, ataques a locais governamentais, centrosroleta p&gsaúde, queimaroleta p&gônibus, transportes públicos, etc. Passaram para a história como as guarimbas, entre seus responsáveis estava María Corina Machado.

Estamosroleta p&g2024, mas, como antes, o secretárioroleta p&gEstado dos EUA, Antony Blinken, levanta dúvidas sobre o processo e pede que se respeitem os resultados (sic). Não demorou para que o progressista Gabriel Boric se fizesse eco, declarando que os resultados não eram críveis. Porroleta p&gvez, a União Europeia, governos, partidosroleta p&gdireita, social-democracia, meiosroleta p&gcomunicação, redes, negam legitimidade ao CNE e questionam a vitóriaroleta p&gMaduro. A única maneiraroleta p&gfazer fraude, curiosamente, está nas mãos da oposição, ao hackear o sistema. Os mecanismosroleta p&ginteligência artificial e big data foram as armas utilizadas para reverter as eleições. Não conseguiram, mas tentaram. Todos juntos. Não se trataroleta p&gpedir a recontagem dos votos, o que se busca é anular os resultados expressos nas urnas, e gostem ou não, estes dão a vitória ao Grande Polo Patriótico e seu candidato, Nicolás Maduro. Se a oposição quer governar a República Bolivariana da Venezuela, deve primeiro se impregnarroleta p&gvalores democráticos, dos quais, lamentavelmente, carece.

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