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    Presidente do IBGE quer lei para garantir "soberaniabet 5 reais gratisdados" no país

    Objetivo é criar Sistema Nacionalbet 5 reais gratisGeociência, Estatísticas e Dados

    Marcio Pochmann (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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    Por Luiz Claudio Ferreira, repórter da Agência Brasil - O presidente do Instituto Brasileirobet 5 reais gratisGeografia e Estatística, Márcio Pochmann, planeja para o final deste mês dar o primeiro passo para um projetobet 5 reais gratislei que garanta a soberania dos dados no país. Na prática, ele quer criar o Sistema Nacionalbet 5 reais gratisGeociência, Estatísticas e Dados (Singed), tanto para integrar cadastros dos mais variados setores (como saúde, educação e benefícios sociais), como também ter acesso e controlar informações que atualmente somente as gigantesbet 5 reais gratistecnologia possuem (conhecidas como big techs).

     As discussões sobre o projeto devem ocorrerbet 5 reais gratis29bet 5 reais gratisjulho a 2bet 5 reais gratisagosto, durante a Conferência Nacional dos Agentes, Produtores e Usuáriosbet 5 reais gratisDados. Em entrevista à Agência Brasil, Pochmann, que recebeu a equipe na sede do IBGEbet 5 reais gratisBrasília, diz que espera que o sistema esteja implementado até 2026. Essa efetivação da proposta, segundo o economista, reduziria custos ao país, alémbet 5 reais gratisproporcionar possibilidadesbet 5 reais gratismais planejamento tanto ao setor público quanto privado. Confira abaixo a entrevista.

    Agência Brasil -  O senhor pretende que exista um sistema para garantir a soberania dos dados dos brasileiros? O que é isso?

    Márcio Pochmann - Nós partimos do entendimentobet 5 reais gratisque o Brasil vive a terceira dimensão da soberania. Há 200 anos, o tema da soberania erabet 5 reais gratisnatureza política. O Brasil era uma colônia e a independência nacional foi aquele procedimento que permitiu que as decisões passassem a ser tomadas internamente, feitas por brasileiros. 

    Márcio Pochmann - Sim. Isso reduziria custos porque há uma fragmentaçãobet 5 reais gratisbancosbet 5 reais gratisdados, e daria agilidade para quem toma decisão, seja no setor público ou no setor privado. 

    Ao mesmo tempo, com a construção dessa coordenação a gente teria o que denominamos como Sistema Nacionalbet 5 reais gratisGeociência, Estatísticas e Dados (o Singed). 

    Seria, então, não apenas a integração dessas informações já existentesbet 5 reais gratisbancosbet 5 reais gratisdados oficiais, mas também informações a que hoje não temos acesso, que são as pessoais a partir das redes sociais.

    Por isso, a gente entroubet 5 reais gratiscontato com o sistemabet 5 reais gratistelefonia brasileira, com o objetivobet 5 reais gratisfazer essa aproximação. O Brasil constituiria um sistema que teria essa gamabet 5 reais gratisinformações e dados que a era digital possibilita. 

    Agência Brasil - Outros países também estão caminhando nesse sentido?

    Márcio Pochmann - A própria ONU também está nesse movimento. Eles têm também diversos bancosbet 5 reais gratisdados. Tem o bancobet 5 reais gratisdados do Banco Mundial, tem do FMI, tem da Unesco, Unicef. Eles têm que ter uma fragmentação. E isso pode ser integrado num bancobet 5 reais gratisdados que permitiria o diálogo entre as diferentes informações.

    Agência Brasil - O senhor entende que os paísesbet 5 reais gratisdesenvolvimento estão mais vulneráveis a esse oligopólio das grandes corporações?

    Márcio Pochmann - Há um processobet 5 reais gratissubdesenvolvimento que decorre dessa efervescência que a era digital permite. O que acontece é que o IBGE leva dez anos para fazer um censo. Depois, leva um ou dois anos para posicionar todos os dados e disponibilizar, enquanto que hoje a políticabet 5 reais gratisprivacidade das grandes big data, para se ter acesso às redes sociais, é preciso aceitar a políticabet 5 reais gratisprivacidade. E aceitar significa dizer que os seus dados não lhe pertencem. 

    Márcio Pochmann - Essas grandes corporações praticamente não têm os seus bancosbet 5 reais gratisdados no Brasil. Elas praticamente não empregam ninguém, não pagam tributos. Ao mesmo tempo, esses dados brutos depois voltam na formabet 5 reais gratisum modelobet 5 reais gratisnegócios,bet 5 reais gratisalta lucratividade. 

    Das dez maiores empresas que operam na Bolsabet 5 reais gratisValores dos Estados Unidos, sete são essasbet 5 reais gratistecnologia. Há maior regulaçãobet 5 reais gratisgeral nos países do Hemisfério Norte. No Sul Global, ainda estão faltando iniciativas nesse sentido. Isso é, inclusive, algo que a gente tem discutido no âmbito do Brics (parceria entre economias emergentes do mundo, da qual o Brasil faz parte), uma propostabet 5 reais gratisorganizaçãobet 5 reais gratisbases mais civilizadas.

    Agência Brasil - Quais são, nabet 5 reais gratisavaliação, os dadosbet 5 reais gratisque estamos mais vulneráveis e que essas empresas têm acesso?

    Márcio Pochmann - Para começar, a cada dia, essas empresas têm uma espéciebet 5 reais gratiscenso do país. Elas têm todos que usaram internet, as decisõesbet 5 reais gratiscompras que fizeram, para onde viajaram, ou seja, informações absolutamente necessárias para quem quer fazer planejamento. 

    Por exemplo, agora, durante a tragédia no Rio Grande do Sul, quantas pessoas foram atingidas, o que elas fizeram e como se deslocaram? É possível saber isso pelo movimento do celular. 

    É um prejuízo para o país porque não dispõe dessas informações que permitiriam atuarbet 5 reais gratisforma mais rápida diantebet 5 reais gratiscircunstâncias pelas quais ainda operamosbet 5 reais gratisforma analógica e não digital. 

    Por outro lado, a questão que se coloca é que você tem hoje empresas estrangeiras sabendo mais do país do que os próprios governantes. Essas empresas têm interesses econômicos. Essa questão da soberania é fundamental. Eu diria assim, do pontobet 5 reais gratisvista da autonomia,bet 5 reais gratisquem governa o país.

    Agência Brasil - Pelo sistema prever algum tipobet 5 reais gratiscontrole também, o projeto não pode ser criticadobet 5 reais gratisrelação a isso?

    Márcio Pochmann -  No nosso caso, o que a gente tem a dizer é que o IBGE opera com a Leibet 5 reais gratisSigilo. Nós vamos às casas dos brasileiros, a 90 milhõesbet 5 reais gratisresidências e ninguém tem acesso às informações nomeadas.

    O acesso que pretendemos ter é desnomeado. Não será possível identificar quem são as pessoas que estão usando o celular, por exemplo. 

    Essa é uma regra básica para poder trabalhar as informações do pontobet 5 reais gratisvista estatístico. A ideia do controle é muito mais, na verdade, do entendimento da sustentação democrática. O que acontece é que o uso do algoritmo foi comprovadobet 5 reais gratissituações anteriores, inclusive no uso eleitoral.

    Agência Brasil - Os dados podem ter benefícios para o sistema público e privado também, correto?

    Márcio Pochmann - Veja um caso simples: os estrangeiros vêm para o Brasil acompanhando pelos chips do telefone. É possível saber onde embarcaram e para que cidades vão. Tudo isso, do pontobet 5 reais gratisvista da organizaçãobet 5 reais gratisuma políticabet 5 reais gratisturismo, é muito mais eficiente nesse sentido. 

    Você acompanhar também o deslocamento das pessoas:bet 5 reais gratisque velocidade,bet 5 reais gratisque quantidade, quais os horários. São informações que, obviamente, para quem está à frentebet 5 reais gratistomar decisão, podem ser absolutamente fundamentais, seja no setor público, seja no privado.

    Onde é que vai localizar uma loja? Onde tem fluxobet 5 reais gratispessoas? São informações que, para o setor privado, certamente ajudariambet 5 reais gratisrelação às atitudes a tomar. Isso não significa expor pessoas porque há o sigilo estatístico.

    Agência Brasil - E esse sistema ficaria sob coordenação do IBGE?

    Márcio Pochmann - Isso.  É a instituição que tem credibilidade que vai à casa das pessoas. As pessoas informam porque acreditam que aquelas informações não serão publicizadas. 

    A gente não tem a mesma segurança com essas empresas privadas. Há casos já divulgados no Brasilbet 5 reais gratisuma rede que oferece um produto mais barato e o cidadão tem que dar o CPF. Depois, teria havido a venda desses cadastros. Não é o caso do IBGE. Não temos nenhuma denúncia nesse sentido.

    Agência Brasil - O senhor entende que estamosbet 5 reais gratisprejuízo financeiro para o nosso paísbet 5 reais gratisrelação a isso?

    Márcio Pochmann  - Sim, porque tem uma transferênciabet 5 reais gratisvalores, a gente paga royalties. No caso da coordenação desse novo sistema nacionalbet 5 reais gratisgeociência, seriam reduzidos custos porque você tem hoje uma diversidadebet 5 reais gratisbancosbet 5 reais gratisdados, inclusive empresas privadas que operam esse sistema. O que estamos pretendendo é algo que permitiria uma reduçãobet 5 reais gratiscustos considerável.

    Agência Brasil - O senhor tem ideiabet 5 reais gratisquanto tempo será preciso para implementação desse sistema?

    Márcio Pochmann - Esperamos ter o sistemabet 5 reais gratis2026, quando o IBGE completará 90 anos.

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